São Tomé e Príncipe marca presença na formação de líderes na segurança rodoviária em Maputo

Entre os dias 6 e 10 de outubro de 2025, na cidade de Maputo, Moçambique, decorreu a primeira edição lusófona do Programa de Formação de Líderes em Gestão de Segurança Rodoviária (LRSMTP), promovido pelo SSATP em parceria com o governo moçambicano e o Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários (INATRO). 

Este evento reuniu representantes de diversos países de língua portuguesa com o objetivo de fortalecer capacidades técnicas e institucionais voltadas à gestão da segurança no tráfego e à redução da sinistralidade rodoviária.

São Tomé e Príncipe não ficou de fora desse momento estratégico. A delegação são-tomense, liderada pelo Director Executivo do Instituto Nacional de estradas (INAE) Adelino Cardoso e acompanhada Pela Directora Executiva do INTT, Comandante da Divisão de Trânsito Taylor da Silva, Vice-presidente Do Fundo Nacional Rodoviário e Ernesto D”Alva Banco Mundial, integraram-se ativamente nas atividades formativas e de intercâmbio, juntamente com mais quatro técnicos do Instituto Moçambicano.

Missão são-tomense: presença com propósito

A participação da delegação santomense teve um caráter simbólico e prático, os representantes foram chamados a trocar experiências, conhecer boas práticas, debater políticas públicas e contribuir para o desenho de estratégias adaptadas à realidade de São Tomé e Príncipe.

Durante os cinco dias de formação, participaram nos módulos temáticos como planejamento estratégico em segurança rodoviária, monitoramento de indicadores, elaboração de campanhas de sensibilização, mobilização de atores institucionais e integração de projetos intersetoriais. Também foram momentos de estudo de casos práticos de outros países e visitas de campo, permitindo que os participantes observassem in loco os desafios de fiscalização e infraestrutura em contextos urbanos e rodoviários.

A delegação teve oportunidade ainda de diálogo com especialistas internacionais e gestores de transportes de vários países lusófonos, fortalecendo redes de cooperação regional e abrindo espaço para futuras parcerias.

A Importância e contexto da formação

A sinistralidade rodoviária tem sido reconhecida como uma “emergência social” por autoridades moçambicanas — termo usado durante a cerimônia de abertura da formação.

A iniciativa do LRSMTP surge justamente como resposta às lacunas de capacitação técnica e institucional que muitos países enfrentam no setor de transportes e segurança rodoviária.

A formação foi organizada no âmbito do Programa de Políticas de Transporte para a África (SSATP), em colaboração com o governo moçambicano e o INATRO.

No discurso de abertura, o ministro moçambicano referiu-se à urgência de multiplicar ações de conscientização, fiscalização e articulação entre entidades responsáveis pelo trânsito.

Para São Tomé e Príncipe, o engajamento nesta formação representa um investimento estratégico: será uma alavanca para fortalecer o papel da INTT na coordenação de políticas de mobilidade segura, na consolidação de um sistema de dados confiáveis e na promoção de campanhas nacionais de educação rodoviária.

Expectativas e desafios para São Tomé e Príncipe

Com base nos aprendizados e nas trocas de experiência que emergiram dessa semana de formação, a delegação são-tomense retorna com expectativas claras:

• Adaptação de boas práticas — a experiência internacional pode inspirar modelos de fiscalização inteligente, utilização de dados para priorização de investimentos e campanhas educativas mais eficazes.
• Fortalecimento institucional da INTT — os conhecimentos das metodologias de monitoramento de indicadores rodoviários permitirão maior rigor e consistência nos relatórios nacionais.
• Ampliação de cooperação internacional — ao estreitar laços com instituições de outros países lusófonos, abre-se espaço para projetos conjuntos, troca de peritos e apoio técnico.
• Sensibilização nacional — com direito a difundir internamente os resultados e fomentar uma cultura de segurança rodoviária junto à população, autoridades locais e parceiros de mobilidade.

Entretanto, reconhecer os desafios é parte essencial da trajetória. Entre eles:

1. Recursos financeiros e logísticos: adaptar projetos globais a realidades pequenas exige planejamento orçamentário, monitoramento e sustentação.
2. Capacidade técnica local: é necessário que os cinco participantes multipliquem internamente o conhecimento, por meio de capacitações em cadeia, de modo que o impacto se espalhe além fronteiras.
3. Integração interinstitucional: para obter sucesso na segurança viária, é preciso alinhamento entre ministérios, polícia de trânsito, órgãos municipais e setor da saúde.
4. Sistematização de dados: reunir informações confiáveis e contínuas sobre acidentes, infrações e fatores de risco é fundamental para sustentar políticas eficazes.

Considerações finais

Mais uma vez São Tomé e Príncipe esteve representado pelo Director Executivo do Instituto Nacional de estradas (INAE) Adelino Cardoso, acompanhado Pela Directora Executiva do INTT Yola Barbosa, Comandante da Divisão de Trânsito Taylor da Silva, Vice-presidente Do Fundo Nacional Rodoviário Kelvin da Mata e o Ernesto D”Alva do Banco Mundial, numa iniciativa continental de formação e trocas de experiências que demonstra o compromisso do país com a agenda de segurança rodoviária nacional. 

Ao participar diretamente do Programa de Formação de Líderes em Gestão de Segurança Rodoviária em Maputo (6 a 10 de outubro de 2025), o país deu mais um passo importante para alinhar-se às melhores práticas regionais e globalmente reconhecidas.